*Poesia Nossa de Cada Dia*

De fato há caminhos fechados

matizes perpendiculares desbragados.

Há palavras asfixiadas,

no nó da garganta esperançosa

que felizmente não se calam!

-em curvas de perplexidade-

Grande é a poesia que ilumina e interroga!



Miguel Eduardo- & Karinna*



No fim das águas, aberta a cascata o céu mede

Cúmplice náufrago dessa fome que me nutre os passos

No horizonte a poesia em sede como soluços

Na pétala desbragada do verso colho-me cada grito-

em concha de poema urgente-... que palpita!



Karinna* & Miguel Eduardo


Interação, exercício poético entre Poeta Miguel Eduardo Gonçalves e Karinna*, onde o último verso de um, inspira o outro para criar outra poesia.

ESTE ESPAÇO É UMA HOMENAGEM AO LEGADO POÉTICO DO FABULOSO POETA MIGUEL EDUARDO GONÇALVES. Aqui estão nossas parcerias, nossas partilhas de POESIA, a empatia entre nossos versos.
Grata eternamente pelo toque da tua incrível poética nos meus versos. Está ETERNIZADO um pouco de ti, Poeta Maiúsculo, em cada interação. Mestre Miguel, jamais serás esquecido. Tua pupila e parceira de POESIA Karinna*



terça-feira, 29 de março de 2011

versam despudoradas em meu olhar























Versam despudoradas em meu olhar
A mãe da harmonia, a força que vem de longe
Os bons defeitos do olhar desmedido
Que a vida, de passagem, se faz:

Falar com palavras intocadas
Sobre um pedaço de cor concreta
É tocar nelas... Um dizer para nos sedar!

Flor imaginada há na brecha do silêncio
Que não leva a nada, mas há no beija-flor
O néctar da vida, enigmático e límpido
No sentido da preferida cor

Miguel-

segunda-feira, 28 de março de 2011

- poder visual que argumenta-


- poder visual que argumenta-
o despir dos olhares
em cartas de náufragos
como sentimentos impressos
na pupila que pede um abraço

-sacrifício visual que choraminga-
o dar-se sem pedir, o dar-se sem esperar
como as estrelas se dão
em suas lágrimas prateadas
encaixadas nos braços do luar

-liberdade visual que ama-
todo um arrepio vertido num sonhar
corpo entrincheirado entre cores
dos olhos que não me vêem
libertos das fronteiras do chorar

nessa escuridão explícita
a dor de ser, a alegria de viver
versam despudoradas em meu olhar.

Karinna*

sábado, 19 de março de 2011

-luz coada de um Sol brejeiro-




















-luz coada de um Sol brejeiro-

Rica da novidade de expressão
Por sugerir sutis essências fugidias
Em desvairada imaginação
Quando o olhar tem sede e fome
De ordenar o esplêndido...

Na angústia à mercê do instante
O desconexo do estado de alma
Substantivado a tal ponto
Que parece definitivo

Na originalidade o âmago
Audácia da realidade
Instaura-se, entretanto

Na personalidade os princípios
Efeito e causa em versos

- poder visual que argumenta-


Miguel

onde nascem as horas...



onde nascem as horas...

talvez aqui onde o verso
só, pulsante e livre
traga som, cor e rosas
como um fauno delire...

encantadas as horas
poemas se buscam em minutos
a paixão sem vento
sem clausuras, verdeja palavra
amor se colhe sem louros...

pois amar é só momento
utopia, dor, flor
uma clave de sol promissora
numa melodia sem tempo...

nasço e morro a cada letra
amo, sonho e fantasio
no relvado dos teus olhos
que ardem em meu peito

-luz coada de um Sol brejeiro-
Karinna*


quarta-feira, 16 de março de 2011

maresia...*


















maresia...
das sombras todas
clara notícia
instiga amantes

sopro
de mar com sol
da noite ainda
infinito evola-se

e voz
de um mundo colorido
demarca o instantâneo
onde nascem as horas...

Miguel-



Foto de Ursula I Abresch

terça-feira, 8 de março de 2011

ornar-se da eterna música*


ornar-se da eterna música
do farol do teu olhar
chegam-me as luzes cantantes
berloques que me curam
sob a melodia lancinante

enfeito-me de partitura
a melodia infinita das marés
dos sonhos que ousam
que fremem nas ondas sem clausura

e a vida se despe
de céu, de mar, de areia
ornar-se da eterna música
é anseio que me incendeia

por que não me vens nas melodias
se meu olhar é promessa
meu corpo é doçura
e minha voz de Amor
maresia...

Karinna*

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Enraizada, indômita, numa terra de Amor*




Enraizada, indômita, numa terra de Amor*
Essa graça que argumenta
Sempre com ar de quem procura

Inexprimível sentimento
Tornado infinito sem mistério
Abisma-se num raio de beleza
Mais triste, por seu azul-profundo
Que propriamente do penetrante
De um céu limpo

É que lá o Sol
Talvez incompreendido
Chore mornamente
Pois o amor necessita embalar-se
Servir-se das merendas do silêncio
Ornar-se da eterna música

Miguel Eduardo-

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Excesso de infinito, inesperadamente!


Pó*

Excesso de infinito, inesperadamente!

peço um instante de eternidade
um laivo de luz azul a pulsar
entre um ontem desmemoriado
e um amanhã sem lugar

peço uma fagulha branda de esperança
um grito de vida sem medo
entre meus olhos receosos
lágrimas que guardam um segredo

peço um risco sem clausura
uma carícia de um verso infinito
entre minhas linhas escarlates
e meus poemas sem viço

porque há de nascer o novo dia
a despeito da ardidura
do descaso, da semi-vida
do caminho agreste sem alegria

e serei pó de mim mesma
num bordado celeste sem dor
na palavra- dourada caligrafia-
enraizada, indômita, numa terra de Amor.

Karinna*

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

eternidade de nós enamorada...*



















eternidade de nós enamorada...*


Em cada gesto se distingue
Todo um silêncio de incerteza
Mas nele entro através do tempo

E no instante vagamente
Do inquieto sono teu
Mora o riso que brota fácil
E se oferece decorativo
Em pétalas azuis

Assim, não há palavras necessárias
Porque escondidas na garganta...
Que não se falam, eis que se dispersam
Na solidão apenas inventada
Excesso de infinito, inesperadamente!


Miguel Eduardo-

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

voa pela eternidade-



voa pela eternidade
partícula febril
sonho desmemoriado
um amor como nunca se viu...

-rastro de estrelas num verso demorado-

estás sempre no mais longe
enxergo-te olhos do coração
amor meu, como Lua ambarina
escrevo-te em minhas próprias mãos...

-astros dançam poema inacabado-

talvez o nunca seja o sempre
e o talvez seja a certeza
só sei que sou nuvem
névoa sem mágoa
eternidade de nós enamorada...

Karinna*

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

o beijo que não me quis...*



















o beijo que não me quis...
insuflado luxo de espavento
vontade enorme sensação

amor refletido assim
é cruel indagação
que o incerto em si resume

não se para a tempestade
confusão de negro e luz
teu amor a me negar
voa pela eternidade!


Miguel

em mil chamas se reparte-



em mil chamas se reparte
corpo lúcido, cordel de fogo
luz esbatida- um verso grita-

em mil órbitas se reparte
a festa em teus olhos
estouro de estrelas- um céu pinta-

em mil letras se reparte
o poema que não te fiz
a palavra que não ousei
o beijo que não me quis...

Karinna*






segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

de ser-me em ti palavra única



















de ser-me em ti palavra única*

candelabro essencial de ouro
que ilumina o vértice do tempo
e a estrada assim aberta
ao mais central alívio
de minhas certezas
o prazer multiplica
como de certa dama o facho
em mil chamas se reparte

Miguel-

da clara evidência do verso-



da clara evidência do verso-


desata-me da utopia
do cetim que me desenha
rubra curva arisca
traz um verso de frouxas fitas
uma palavra de fogo-sem rima.

desata-me da angústia
do frisson que arranha
traz um poema de pele
de ranhuras e reentrâncias
doçuras sem laços-ternura tamanha.

traz um beijo de letras
de mel, carinhos e cerejas
que serei escarlate verso
rendição em fúria
desata-me da incerteza
de ser-me em ti palavra única


Karinna*

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

NUM CÁLICE DE PALAVRAS BENDITAS




















num cálice de palavras benditas*
me fora a razão impossível
nasceste nesse momento
certeza em mim absoluta
com a mesma rapidez
de um instante

todo orgulho humano
nessa pequena hora
semente oculta imaculada
resulta em saudade intata

estado de crença permanente
em transparência extática
da clara evidência do verso

Miguel-

a paz na minha madrugada...*


a paz na minha madrugada...



quero a paz do teu verso
nas texturas amorosas
das estrelas que tu pintas

quero a tua madrugada
na oratória indolente
da poesia adocicada

já não necessito-me sofrer
tenho tua paz, tua noite abençoada
em letras azuis enamoradas


quero embriagar-me de infinito
pousar minha lua no teu céu
beber-te num trago de neblina
tuas brumas que me amam
num cálice de palavras benditas


Karinna*

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Devíamos semeá-las!*




Devíamos semeá-las!*

enquanto pronunciadas
no centro do Sol
na beirada da Lua
palavras são flores
são estrelas puras...
nos lábios a crepitarem
fogo da vida
e mesmo em melancolia
num bailado de bela tristeza
clara luz, escura noite amada
o Amor será sempre
a semente que brotará
a paz na minha madrugada...

Karinna*

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL




















Que este NATAL se faça de esperanças
E que todas as cores tomem a mais bela forma
Para que eu possa assim os "ver", meus amigos
Das magníficas mãos universais
Em realizado sonho de festa
A pairar sorrindo PAZ.

FELIZ NATAL

Dezembro de 2010

Miguel Eduardo-

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

jardim de poesias raras*

























jardim de poesias raras...*

Costumes da lembrança
No claríssimo apelo
Da saudade, delírio do lírio
À sombra do jardim ocasional
Vive por nosso olhar
Partido ramo

Certas palavras são belas
Melancolia é uma delas
Devíamos semeá-las!

Miguel-

Raiz*


Raiz*

a nosso favor
temos as ramagens doiradas
dos versos que trazemos
no trepidar dos cílios
e no agora que é tudo
-ou nada- que nos basta
um perto estar tão longe
como sementes que transcendem
o frêmito da flor enluarada...

ser estrela ou palavra
ser noite de brilhantes
jardim de poesias raras...

Karinna*