*Poesia Nossa de Cada Dia*

De fato há caminhos fechados

matizes perpendiculares desbragados.

Há palavras asfixiadas,

no nó da garganta esperançosa

que felizmente não se calam!

-em curvas de perplexidade-

Grande é a poesia que ilumina e interroga!



Miguel Eduardo- & Karinna*



No fim das águas, aberta a cascata o céu mede

Cúmplice náufrago dessa fome que me nutre os passos

No horizonte a poesia em sede como soluços

Na pétala desbragada do verso colho-me cada grito-

em concha de poema urgente-... que palpita!



Karinna* & Miguel Eduardo


Interação, exercício poético entre Poeta Miguel Eduardo Gonçalves e Karinna*, onde o último verso de um, inspira o outro para criar outra poesia.

ESTE ESPAÇO É UMA HOMENAGEM AO LEGADO POÉTICO DO FABULOSO POETA MIGUEL EDUARDO GONÇALVES. Aqui estão nossas parcerias, nossas partilhas de POESIA, a empatia entre nossos versos.
Grata eternamente pelo toque da tua incrível poética nos meus versos. Está ETERNIZADO um pouco de ti, Poeta Maiúsculo, em cada interação. Mestre Miguel, jamais serás esquecido. Tua pupila e parceira de POESIA Karinna*



quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

-a gostar devagarinho-

 
 
 
 
 
-a gostar devagarinho- 

diz-me
no roçar dos lábios
a cor do arrepio
diz-me
da paisagem incompleta
a vontade do abismo

canta-me
o som luminoso do fogo
a fala macia das estrelas
canta-me
a trilha dos teus olhos
o farfalho das tuas asas
versos borboletas

pernoita-me
tua sede na minha
lentamente
desfaz-me as madeixas
traz-me ao teu peito
e declama a homilia
sagrada letra do desejo

karinna*

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

-a palavra alucinada de carícias-



-a palavra alucinada de carícias-


Bálsamo eficaz
Sedutor pelo contraste
Que induz ao devaneio...
Explodindo em cintilações
Entrega-se à paixão
Como a lua
Uma estrela no céu
Em noite prata
Vestida de desejo
Nua


-a gostar devagarinho-


Miguel-

-luzes, reino dos poetas-

 
 
 
-luzes, reino dos poetas-
 
 
Em fios de lucidez
Frágil esperança interdita
Baloiçam as nossas estrelas
Primeiras lágrimas da alva
Somos sensações plenas
Na linha prata
Da Lua recolhida.
 
 
Luzes amantes
Na rota dos astros
A noite fecha-se
Na claridade absurda
Dos versos trilhados
Exigência da dádiva
Um colar de vontades
 
 
-a palavra alucinada de carícias-
 
 
Karinna*
 

domingo, 16 de novembro de 2014

na órbita de um espaço de poemas infindos...*



Como disse Carlos Drummond de Andrade -Palavra, palavra / (digo exasperado) / se me desafias / aceito o combate-

na órbita de um espaço de poemas infindos...*

sim... é por si só o infinito, sabemo-lo, contrabalança o mundo! como o não, essas ordens somos nós, tentando a consciência para uma incógnita da qual não temos dimensão... consciência!
há um rosto que cintila na pupila, pode ser a expressão da dimensão que nos traspassa... certa urgência que se torna premente, na medida em que vai flamando a alma com o salgado do mar de ser paixão por todos os lados, como o Sol ocupa espaços nos vagos acordes do horizonte!
mas essa demora é breve, tanto que se aproxima da ausência apenas num estado de vigília, num efeito de entardecer que se refestela no telhado com a vida sendo cerzida de esperas pelos amanhãs.
pois, é na certeza de havermos sido astros, que devaneiam nossos licores, como se fossem conchas à beira das ondas ou flores silvestres pipocando nas colinas. assim é todos os dias, porque há naquilo julgado intocável, um desejo de linguagem apenas, com efeito de pétalas perfumadas de sorrisos, mas palavras, simplesmente.  

-luzes, reino dos poetas-



A realidade seria uma quimera!-*

 

 
 
A realidade seria uma quimera!-*
 
 
não. não direi que te amo, apenas envio-te a luz nascida dentro das vontades.
declaro que a ausência não pode ser partilhada, pois transbordo sonhos pintados de ti nos meus olhos rasos de azul sinceridade.
não. não direi que te amo, pois pulsa no céu de sentimento a estrela que sagrou a ilusão que vivemos.
há fato, há vinho, há pão, há rima e um verso absoluto. 
o festim do silencio destituiu-me a palavra, soçobro teu nome de ouro nas procelas do meu peito devoluto.
como não te sonhar? a interseção dos sentidos descobre-me frágil e rendida.
um sol peregrino acende teu beijo no meu íntimo e mordo cerejas na tentativa de resgatar teu abraço bendito.
há uma mansa certeza que um dia já fomos astros.
vestidos dedos eram de cetim e amores estelares
na órbita de um espaço de poemas infindos...
 
 
Karinna*

terça-feira, 30 de setembro de 2014

...e por hoje sobrevivo teu sonho imperfeito.

jeff rowland



... e por hoje sobrevivo teu sonho imperfeito.
Saudade do que não pode ser é também sentimento, com diverso matiz, porém, eis que não fica pra trás. É consciência que se achega a uma profecia, quando se fecha qual orquestra em final de concerto, ao atingir intimamente o tempo que foge, sobe aos céus e volta, e tudo sacode.
Se ao menos eu permanecesse em mim,
Consubstanciada em realismo simbólico,
A realidade seria uma quimera!

*-

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Tao perto como um teu beijo...

 
 
 
Território*
um setembro insolente ergue-se entre nós. amanheço na agonia das vagas e o mar canta tua história no meu ouvido. sou somente bruma, um resquício da razão tênue, vestida das loucuras avermelhadas, de todos nossos poentes. salgo-me. sei-me acinzentada. o azul diluiu-se nas tuas águas.
o perfume destilado nas linhas da face, cobrem as distâncias e a vontade é um ínfimo detalhe. sei-te aqui, no desenho paradoxal do meu peito. sei-te azul, onde ainda é escuro. um minuto antes da aurora traz alento, pois verei-te no horizonte laranja, onde o sol queima a nossa lua e reinauguramos a poesia do dia. sei-te. e por hoje sobrevivo teu sonho imperfeito.
Karinna*

sábado, 30 de agosto de 2014

-Força que vem do íntimo e de longe-*



-Força que vem do íntimo e de longe-*
 
 
Permite que o verso
Seja a carícia táctil
Da alma que em sopros
Fustiga sons e sabores
De noite alva
 
Teu dorso de amores
Teus lábios suculentos
A pele uma nave
 
- uma palavra rasgada na delicia do acolhimento-
 
Sagrados desejos
Cintilam na Iris
Recitam poema
Intimo
Um enclave de luz
Longínquo
 
Tao perto como um teu beijo...
 
karinna*

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

-quero essa noite enluarar-



-quero essa noite enluarar-

Sorriso que se completa
E me devora
E volta ao sonho apaixonado
Gritando à vida a madrugada

Sendo bastante pra despertar calor
Aquele de um sol diariamente
Que volta à gente, inconfundível
Sem nunca ter saído

-Força que vem do íntimo e de longe-

Miguel-

sábado, 16 de agosto de 2014

Vir-nos através de uma flor ao luar...

 
 
 
Vir-nos através de uma flor ao luar...
 
e são de luares as sensações
todos os arrepios nas pupilas
nas anotações da pele
nas entrelinhas dos montes
na solidão das curvas
desses jardins-corpos
 
amantes, as palavras beijam
ardem em versos de prata
e a Lua enamorada
sofre a poesia do Sol
entre as reticências amorosas
morre-se e nasce-se luz prateada
 
-quero essa noite enluarar-
 
Karinna*

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Não suporto minhas mãos sem tua presença...


Não suporto minhas mãos sem tua presença
Essa arrebatada força que à vida se apensa...

És sinônimo de harmonia
Quando do mais nada surge o dia
E nesse toque o verso flamejante
Faz-se aos sentidos abundante
Como a sede que distingue as impressões
Havidas no dia que começa nos senões!

Desses olhares claros, como lembrado sonho
A certeza não se deita, mas esplende e acorda
Em gesto mágico a mim se impondo
Exatamente onde o pensamento aborda!

Cresce a esperança de o eterno palpitar
Vir-nos através de uma flor ao luar...


Miguel E Gonçalves



sábado, 12 de julho de 2014

-em quadros de verdades que desfiguram a solidão!-

 
 
 
-em quadros de verdades que desfiguram a solidão!-
 
só os sonhos me trazem tua face
a solidão de ser
abre a masmorra desse amor que me sustém
e a linha do verso me fere
-realidade e razão-
 
não suporto meus olhos sem ti
 
a pena pinta o anagrama da dor
há um quê de mistério a desfigurar
o horizonte cinza desfeito
a trama escarlate
dos fios tintos do meu coração
 
não suporto minha boca sem teu beijo
 
possuída de azuis
a poesia segura-se numa haste de luar
sou letra de angústia, numa fictícia sentença
sem ti, como sonho desmemoriado
traço garatujas daquele nosso a_mar
 
não suporto minhas mãos sem tua presença.
 
Karinna*
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Numa rua de saibros e alfazemas...




Numa rua de saibros e alfazemas...

O sentimento cada hora mais sentimento completo percebe o que a emoção não pode explicar por ser alegria sobre-humana.
Virtual felicidade deixa um nome ficar sobre as sereias do ser raízes vorazes dos densos pressentimentos calados no silêncio...
Sem falsos sentidos dúbios que lágrimas ao vento possam dispersar, o sangue navega sem parar rumo ao inesperado encanto infinito dessa virtual felicidade pela qual se dá a vida por necessidade instintiva...
Assim o natural distanciamento posto entre nós é como a luz suave de um sol que nos reflete a sombra...
Sinto que sou poesia espalhada por essa ventania
  em quadros  de verdades que desfiguram a solidão!

Miguel-





-Harmonia que se inventa- numa rua de saibros e alfazemas...

*a lua sussurra teu nome na minha nuca e o arrepio d'alma se alonga pelas palavras que nascem dos meus dedos sentidos.
o sentimento cada hora mais sentimento completo percebe o que a emoção não pode explicar por ser alegria sobre-humana.
insolente ternura me atinge os ossos e as estrelas tremem ante o cintilar do sentimento nesse céu de horas largas... virtual felicidade deixa um nome ficar sobre as sereias do ser raízes vorazes dos densos pressentimentos calados no silêncio...
um coral de anjos entoa o som da solidão de sermos ponteiros de um relógio amoroso. cada minuto soletrado do teu nome na minha boca lilás, é como degustar um amor em letras de ouro, como se fosses minha extensão de lapidados sonhos. sem falsos sentidos dúbios que lágrimas ao vento possam dispersar,  o sangue navega sem parar rumo ao inesperado encanto infinito dessa virtual felicidade pela qual se dá a vida por necessidade instintiva.
desenho-te em cada alvorada e a cada anoitecer te guardo no horizonte do meu olhar tristonho. assim  o natural distanciamento posto entre nós é como a luz suave de um sol que nos reflete a sombra...
sim, sou apenas verso, esperança redentora de um frágil poema, numa linha timbrada,
numa rua de saibros e alfazemas... sinto que sou poesia espalhada por essa  ventania
 em quadros  de verdades que desfiguram a solidão!

Karinna* e Miguel-





pierre kessler





domingo, 8 de junho de 2014

-Harmonia que se inventa-

 
 
-Harmonia que se inventa-
 
*a lua sussurra teu nome na minha nuca e o arrepio d'alma se alonga pelas palavras que nascem dos meus dedos sentidos.
insolente ternura me atinge os ossos e as estrelas tremem ante o cintilar do sentimento nesse céu de horas largas...
um coral de anjos entoa o som da solidão de sermos ponteiros de um relógio amoroso. cada minuto soletrado do teu nome na minha boca lilás, é como degustar um amor em letras de ouro, como se fosses minha extensão de lapidados sonhos.
desenho-te em cada alvorada e a cada anoitecer te guardo no horizonte do meu olhar tristonho.
sim, sou apenas verso, esperança redentora de um frágil poema, numa linha timbrada,
numa rua de saibros e alfazemas...
 
Karinna*

terça-feira, 4 de março de 2014



-emoções brilhando em mútuos pensamentos-
No ar puro que abana o vento
Ondeando a coragem preferida
Onde o tempo faz-se entendimento
De esquecer os próprios dias...
E nesse íntimo deserto
Uma voz cala e valida
E o silêncio é revelado
Preenchendo a nossa vida
-Harmonia que se inventa-

sábado, 1 de março de 2014

-que linguagem é mais sincera?-

 
 
-que linguagem é mais sincera?-

Há fonemas cerejas
Nas palavras que me deste
Há caligrafia de ouro
Nos versos que me fitam
Nesse dialogo puro
Nesse tom de sonho bonito

Há verdade desenhada
Na oratória sensível
Da tua íris que me abraça
Num poema sutil
Formatado em coração pedinte

Somos a prosa sincera
Declarada nas entrelinhas
De todas nossas estrelas
Nesse céu de sentimento
Onde os astros são amores
Suspiros doces tatuados

-emoções brilhando em mútuos pensamentos-


Karinna*