Como disse Carlos Drummond de Andrade -Palavra, palavra /
(digo exasperado) / se me desafias / aceito o combate-
na órbita de um
espaço de poemas infindos...*
sim... é por si só o infinito, sabemo-lo, contrabalança o
mundo! como o não, essas ordens somos nós, tentando a consciência para uma
incógnita da qual não temos dimensão... consciência!
há um rosto que cintila na pupila, pode ser a expressão da dimensão
que nos traspassa... certa urgência que se torna premente, na medida em que vai
flamando a alma com o salgado do mar de ser paixão por todos os lados, como o
Sol ocupa espaços nos vagos acordes do horizonte!
mas essa demora é breve, tanto que se aproxima da ausência
apenas num estado de vigília, num efeito de entardecer que se refestela no telhado com a vida sendo cerzida de esperas pelos amanhãs.
pois, é na certeza de havermos sido astros, que devaneiam nossos
licores, como se fossem conchas à beira das ondas ou flores silvestres
pipocando nas colinas. assim é todos os dias, porque há naquilo julgado
intocável, um desejo de linguagem apenas, com efeito de pétalas perfumadas de sorrisos, mas palavras, simplesmente.
-luzes, reino dos poetas-